Um tanque israelense se move em uma área de preparação no sul da Palestina ocupada, perto de Gaza, em 16 de maio de 2025. (AP)
Os meios de comunicação israelenses têm reconhecido cada vez mais que a resistência persistente do Iêmen, a pressão econômica por meio de ataques com mísseis e a crescente influência regional estão forçando “Israel” a reconsiderar sua guerra em Gaza.
O Canal 12 israelense confirmou que o Iêmen pode estar pressionando “Israel” para chegar a um acordo para acabar com a guerra na Faixa de Gaza e garantir o retorno dos prisioneiros israelenses. Este desenvolvimento ocorre em meio ao apoio inabalável de Sanaa a Gaza e sua contínua aplicação de um bloqueio contra a ocupação.
O canal instou o governo de ocupação israelense a interromper sua campanha militar em Gaza, alertando que o país está “pagando um preço muito alto”. Também pediu o estabelecimento de uma comissão oficial de inquérito para ajudar a “evitar outro 7 de outubro”.
Em relação aos esforços do Iêmen para impor uma zona de exclusão aérea sobre “Israel”, o Canal 12 observou: “Um míssil iemenita por semana é suficiente para ver o que acontece com o Aeroporto Ben Gurion”.
O relatório observou que a Air India adiou novamente os voos diretos para “Israel”, com o serviço não devendo ser retomado até pelo menos 19 de junho.
O canal destacou o Iêmen como um desafio único e formidável, descrevendo a situação como “complicada” e acrescentando que o Iêmen “não pode ser derrotado” devido à posse de centenas de mísseis balísticos.
Os poderosos Estados Unidos não derrotaram o Iêmen
Em uma entrevista ao Canal 12, o jornalista do Yedioth Ahronoth, Ronen Bergman, criticou os Estados Unidos e “Israel” por seu fracasso em derrotar o Iêmen.
Apesar de todo o poder do CENTCOM e da inteligência israelense, disse ele, eles não conseguiram derrotar os iemenitas – “porque simplesmente não podem ser derrotados. Eles se contentam com pouco e infligem danos significativos.”
O Canal 12 ecoou as críticas de Bergman, descrevendo os EUA como uma “grande” potência que, no entanto, não conseguiu superar o Iêmen militarmente. O canal enfatizou que Washington usou uma força muito maior contra o Iêmen do que jamais poderia contra “Israel”, mas ainda assim não conseguiu alcançar a vitória.
Também observou que o presidente Donald Trump, após um mês de intensos ataques aéreos que custaram bilhões de dólares, foi forçado a interromper os ataques dos EUA ao Iêmen, com o porta-aviões americano USS Harry Truman agora se preparando para deixar o Oriente Médio.
Ataques israelenses no Iêmen ‘mostram’
O canal israelense Kan descreveu os recentes ataques israelenses ao Iêmen como “uma espécie de show”, afirmando que eles não detêm o Iêmen nem afetam suas capacidades de mísseis e, em última análise, não conseguem resolver o problema subjacente.
O canal também reconheceu que os ataques com mísseis iemenitas estão prejudicando a economia israelense, uma consequência direta da guerra em curso na Faixa de Gaza.
O ex-ministro da Segurança israelense Avigdor Lieberman acrescentou às críticas, afirmando: “Os americanos chegaram a um acordo com o Iêmen e nos deixaram de fora”. Em entrevista ao Canal 12, ele observou que “os iemenitas atacaram Israel durante a visita do presidente Donald Trump à região”.
Comentando sobre a continuação da guerra, Lieberman a condenou como “uma guerra pela segurança de Netanyahu”, argumentando que seu único propósito é preservar a atual coalizão de governo.
Esta onda de críticas da mídia israelense segue um ataque aéreo israelense hoje cedo no porto de al-Salif e no porto de al-Hodeidah, ambos na província de al-Hodeidah, ao longo da costa do Mar Vermelho
Apesar dos ataques, as autoridades de Sanaa reafirmaram seu compromisso de apoiar Gaza. As duas instalações marítimas estratégicas foram alvejadas simultaneamente, marcando uma escalada significativa da ocupação israelense. Enquanto isso, um oficial militar dos EUA disse a Al Mayadeen que as forças americanas não participaram dos ataques israelenses ao Iêmen.
Publicado originalmente em: https://english.almayadeen.net/news/politics/israeli-media–yemen-may-push–israel–towards-ceasefire-in
